terça-feira, 26 de junho de 2007

Mendigo

Dá-me, dá-me
Eu quero, não quero
Esmero, esmola
Espero, agora
Na rua, sem casa
Senzala, sem blusa
Pendente, pedinte
Escondido, me abrigo
Perdido, sem céu
Num céu sem sol
E queimo, esquento
Acendo o isqueiro
Cigarro potente
Fumaça que trago,
Estrago os dentes
Sou semente, sente?
Cabelos espalhados
Arrepiados sem os shampoos
Das prateleiras dos mercados
Capitaneados por cegos
Que observam sem culpa,
Sem luta...
Cem solidões pra mim
E vago no vazio:
Vida dura, coração macio

39 comentários:

Anônimo disse...

combinamos hoje de postar algo parecido? rsrsrsrrs bjus

Paula Negrão disse...

Triste realidade..
me dá uma pena quando vejo um na rua..

adorei!

beijos

Adrian Masella disse...

É.....

Realidade de um céu sem sol!!

Aju disse...

Paulo como sempre vc consegue por poesia nos mais variados assuntos...

Como sempre mto bom

[]´s

Moura ao Luar disse...

Fiz um poema sobre isso tb... depois de te ler fiquei com vontade de o procurar...

Anônimo disse...

OLÁ!!! BOM DIA!!! NOSSA SEUS TEXTOS
ESTÃO MAGISTRAIS, EXUBERANTES, DE UMA SENSIBILIDADE A FLOR DA PELE,
SENSACIONAL...APLAUSOS...
ESPERO O SEU VALIOSO E HONROSO COMENTÁRIO, BJS, FICA BEM...
HTTP://FASCINACAOEMPOEMAS.SPLINDER.COM
HTTP://KEKA-DAN.MYBLOG.COM.BR

Jana disse...

Temos que parar de passar por ele e ver pessoas invisiveis...

beijos

Mariliza Silva disse...

Coração igual bife, quanto mais bate mais macio fica...

beijão

Mariliza

Anônimo disse...

Prestemos mais atenção em nosso semelhante pois ali também pulsa um coração.
Em resposta ao seu comentário: Para dedilhar as teclas do piano tens que ter a suavidade na ponta dos dedos para que produzas música e aprendas a entender as damas apaixonadas e românticas assim como EU!!! rsrsrsrs
Beijos meu anjo poeta.

Ju Lua...sobrenome indefinido até alguém ter coragem de me dar o seu! disse...

E até quando esse clamor se arrastará e nenhuma autoridade fará algo?
Triste realidade mas é assim aki nessa terra de "índio"!
Bjoka de Lua!

Carlinha Salgueiro disse...

Faz parte da vida... Infelizmente tem os in's e os yang's...
Beijos!

Lusófona disse...

É o fim da dignidade para alguns e uma opção para outros... digo isto porque já conheci alguns casos de pessoas que tinham lar, mas preferiam ficar na rua... vai entender... Eu morro de dó, penso que todos deveriam ter um lar, um lar digno de se criar uma família, com saneamento básico e etc.
Bem sabemos que isto está longe de acontece, mas há que lutar (todos) por um mundo melhor e mais justo.

Gostei do seu blog ;)

Beijinhos e obrigada pela visita

Anônimo disse...

triste. Mas o que é do corpo sem a alma?! Talvez que essa tenha mais valor. Ceifado o fôlego, do corpo faz-se pó e da alma, descanço.

=*

lindo mesmo seu blog...

Lua Durand disse...

garanto que mesmo na necessidade ele é mais feliz do que muita gente que pode lavar o cabelo com shampoos de prateleiras comerciais.

enfim, otimo poema Paulo.

Estarei por aqui sempre que der.

Beijos

Au Revoir

Dhyana disse...

Ninguém passa aqui e sai indiferente.
Como sempre um tema que dá que pensar.
Beijos..

Thiago Kuerques disse...

Uma ode à ironia da vida... a procura de felicidade sem o minimo chao...

como querer partir se nao se tem nem onde ficar agora?

Me entortei no ritmo da poesia
E tu sumiu do meu blog
Abraçao

Andreas Malthus disse...

Eu não lembro o endereço, mas tinha um flogão de um cara que saia na noite para fotografar mendigos.
Achei um trabalho interessante.

Um dia após o outro... vida, luta e sobrevivência.

dän disse...

triste... bem triste...
mas com certeza foi um
dos melhores poemas que
eu ja vi por aqui! obvio
que todos sao otimos, mas
esse eu achei mais q perfeito.
um beijo, menino.

ASAS disse...

OH MENINO PAULO EU NAO SOU NINA MAS SIM NINO TA MAS DE KUALKUER MANEIRA BRIGADO PELA VISITA TA...ABRACO ASAS

Bárbara Lemos disse...

Belo ritmo deste ao poema.
Sensibilidade absurda essa que tu tens.
Invejável.


Bisous.

Melissa disse...

Quantas vezes nos vemos mendigos... Também.

oextase disse...

Ví uma concha q coisa horrivel, mas dentro estava uma pérola, q linda!No caminho perdido sem direção, sem marcas, sem sinais, sem placas de condução,sou um errante e, busca de encontrar oq? já perdi tbm... Ora se nada tenho o q sou ou o q poderei ser? Um mendingo?!me achei ... sou alguem...Na visão do artista sou importante, do político ou problema, do sóbrio sou coitado, do bebado sou um amigo...
É poeta o ser largado nas ruas é uma interrogação...parabéns..Um Bom fim de Semana.

Mafê Probst disse...

poema triste, poema lindo.

Felipe Dib Boufflers disse...

concordo com a fê, totalemnte

Obscuri Nimbus disse...

Ola..!!
Sim.. a realidade nua e crua bate a porta de todos nos, mas por medo e ate vergonha de nossa displicencia para com terceiros, nao abrimos de modo algum...! Alguns tae abrem... mas num geral, estamos mais preocupados em estar quentinhos e bem alimentados... Enfim..!

Voltei! Estou agora com blog novo. Este ainda nao esta e talvez nunca fique do jeito que eu gostaria, mas ele esta la.
Digo que voltei porque, da ultima vez que me visitastes eu estava me mudando!

Até!

Anônimo disse...

Paulo,
O desafio sempre é tentar se achar...
E continuar se perdendo pra novamente se achar.
Que o seu coração continue macio,
E aindignação sempre pulsante.
Beijos

Poeta da Meia-Noite disse...

Não sinto pena, mas vontade irrealizável de Ajudar. Se pudesse, dava casa-comida-e-roupa-lavada para cada um deles. Se pudesse, se pudesse. Como não posso, lanço meu olhar piedoso que de nada adianta, infelizmente!
Maravilhoso o Poema.
Depois dê uma passadinha no Meu! [:D]
Beijinhos.

Anônimo disse...

Nossa e ás vezes eu me pergunto, será que posso fazer algo pra que isso seja diferente?? eu sozinha sinceramente não sei...até mais...

JC disse...

gostei dos textos...

Vinícius disse...

.

letra de música isso hein...

se vc mandar para bons artistas ai, é gravação na certa. rs...

abraço

.

Haya disse...

Triste realidade.
Mais triste a aceitação....

Anônimo disse...

As vezes custa olhar para esta realidade, mas é facto é que ela existe!!

Anônimo disse...

AMIGO POR GENTILEZA DEIXE TEU E-MAIL NOS MEUS COMENTÁRIOS, PRECISO ENTRAR EM CONTATO CONTIGO Á RESPEITO DE UM CONVITE.
TE AGUARDO.
BEIJOS

Avid disse...

triste existencia de uma realidade crua.
Bjs meus

Anônimo disse...

Oi Paulo,

Que poesia linda!
As palavras foram muito bem escolhidas e formaram uma sonoridade muito boa.

“Escondido, me abrigo
Perdido, sem céu
Num céu sem sol
E queimo, esquento”


Identifico-me nesse trecho sutilmente antagônico.

Beijos

QVINTVS FABIVS PICTOR disse...

Rapaz, isso aqui é blog de cachorro grande, 35 comentários pra um post? Estou me sentindo um brasileiro (ou brasileira) visitando a Europa (mas não a Bósnia).

Bem, eu não vou comentar sobre o amigo dorminhoco, acho que estou em um ponto que poderiamos chamar de insensibilidade revoltada. É um direito das sociedades a autodestruição, ainda que nem todos os seus elementos a queiram. Fazer o que?

(suspiro resignado)

Anônimo disse...

Fala do que muitos tentam esconder por vergonha, por mea culpa, n motivos de uma sociedade à deriva, sem rumo.

Adorei viu,
Bjs

Josse

Ema Pires disse...

Entre tanto, há milionários que deixam a fortuna ao gato e outras tolices que para mim sao como um delito de nao assistência a pessoa pobre.
Beijinhos

Anônimo disse...

Uns com tão pouco ou nada e outros que despediçam, sem ao menos pensar no ato que esta cometendo.
A vida não é injusta. Somo nos que complicamos. Se ofssemos mas simples. A vida seria melhor.
Se comporta menino!!!...
Beijos...