domingo, 5 de agosto de 2007

Filme

Quero fazer um filme. Sem efeitos especiais, histórias longas ou atores que não cativem o público. Preciso apenas de uma arma velha, dois metros de corda e uma cadeira de balanços, parecida com aquelas que utilizam em filmes antigos, com velhinhos relaxando enquanto aguardam dias mais felizes. E o meu longa não será um drama ou uma comédia sarcástica sobre a solidão, vivida por muitos na cidade grande. Necessito de algo maior, de modo que sobreponha tudo o que já tenham realizado até hoje. Talvez uma mulher nua, alguns homens tentando estuprá-la e, ao invés de gritar de medo, a bela donzela se revela uma puta e geme de prazer, a cada investida sexual dos tarados. Não. Muito apelativo. Eu nunca fui fã de pornô-chanchada.
Nesses últimos dias, estive pensando numa ficção. Porém, mal sei mexer no photoshop, que dirá fazer efeitos em vídeo! Ops, ato falho. Isso é efeito especial e, como disse no início, não quero nada M-I-R-A-B-O-L-A-N-T-E do tipo
Matrix ou Star Wars no meu filme. Além do mais, o orçamento está curtíssimo para tal. Sabe, vou deixar o barco correr, seguindo o fluxo do mar. Só não posso me tornar um náufrago, já que detesto basquete e não teria uma bola Wilson para bater papo. Tampouco possuo o “talento” do Robinson Crusoe. Acho que não teria a mesma sorte de fazer amizade com o Sexta-feira. Se pelo menos eu estivesse com a Brooke Shields, sem sombra dúvidas todo aquele mar azul (ou lagoa azul) seria testemunha de dias mais ativos e fornicaria tanto, mais tanto com ela, que em poucas décadas o sexo seria uma enfermidade ao invés de prazer. Dei-me conta agora que, também, não tenho cenário, iluminador, maquiador e todos esses profissionais que tornam um menino magrelo e branquelo, em astro fenomenal do cinema, né Harry Potter? Quer saber, nada de ilhas desertas, naufrágio, corda, arma velha, cadeira de balanço, roteiros mal acabados ou “idéias de gênio.” Decidido: não quero mais fazer um filme.